Influenciador digital que desafiou PCDF é preso por fazer rifa ilegal
Gercil Balbino de Almeida Neto, mais conhecido como Goiano, teve R$ 971 mil bloqueados em suas contas no âmbito da Operação Huracán
Com quase 500 mil seguidores no Instagram, Gercil Balbino de Almeida Neto, mais conhecido como Goiano, foi preso preventivamente pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), nesta quinta-feira (22/12), durante a deflagração da terceira fase da Operação Huracán.
A ação conjunta entre a Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF/Corpatri) e a Polícia Civil goiana também apreendeu veículos do influenciador, que no município de Uruaçú. Mesmo avisado pela PCDF dos crimes, Goiano seguiu realizando rifas e desafiando a polícia. Ele usava contas nas redes sociais para promover rifas ilegais de veículos modificados.
Quase sempre com rodas de perfil baixo e equipamentos de som, os veículos eram negociados por valores a partir de R$ 2,50 a cota. O influenciador, segundo as investigações da DRF, continuou realizando sorteios ilegais e participando de crimes de lavagem de dinheiro no Distrito Federal.
Testas de ferro
A prisão preventiva do investigado foi decretada pelo juiz Carlos Fernando Fecchio dos Santos, do Plantão Judicial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), após pedido da PCDF. Segundo os investigadores, após as primeiras fases da operação, o influenciador continuou com o sorteio de pelo menos dois veículos, além de dissimular os valores arrecadados em contas de “testas de ferro”.
Na decisão, o juiz concluiu que as investigações policiais apontam fortes indícios de que o investigado está envolvido em crime de lavagem de dinheiro. Ainda segundo o magistrado, “nem mesmo o indiciamento, a publicidade da denúncia oferecida pelo MPDFT com relação a ‘rifeiros’ próximos e a repercussão na mídia nacional sobre as operações relativas às rifas ilegais inviabilizaram a atuação de representado em novos ciclos de lavagem de dinheiro”, analisou o juiz.
A pedido da PCDF, o magistrado decretou o sequestro de duas caminhonetes preparadas com som e suspensão especiais – uma Ford/F250 e uma GM/S10 – e de um caminhão plataforma, todas de propriedade do influenciador. De acordo com as apurações, os carros foram adquiridos com os valores dos crimes. Também foi determinado o bloqueio do montante de R$ 971 mil das contas investigadas.
O caminhão plataforma e a caminhonete Ford/F250 já foram localizados pela polícia. Segundo as investigações, o veículo seria usado em evento ne Uruaçu, na próxima sexta-feira (23/12).
A operação
A Operação Huracán investigou uma organização criminosa que atuava desde 2021 na promoção e exploração de rifas ilegais de veículos e ocultação de valores através de empresas de fachada e “testas de ferro”. O esquema era altamente lucrativo e movimentou R$ 20 milhões em apenas dois anos.
A Justiça já decretou o sequestro de três veículos Lamborghini e uma Ferrari, avaliados em R$ 10 milhões. Também foram sequestradas duas mansões, uma no Park Way, em Brasília, e outra em condomínio de luxo de Esmeraldas (MG), bem como determinado o sequestrado de valores em conta até o montante de R$ 22 milhões.
As medidas foram deferidas pelos Juízes da Vara Criminal do Guará, 1º Vara Criminal de Taguatinga e Plantão Judicial.
Desde a primeira fase, a Operação Huracán, da DRF contou com o apoio da Secretaria de Advocacia da Concorrência e Competitividade (SEAE) da Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade (SEPEC) do Ministério da Economia.
fonte: Metrópoles
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